Entrevista com o número 1: Marcus Vinícius Ferreira

Tive uma oportunidade única esta semana: entrevistar o número 1 de duplas do Mundo pela ITF, o brasileiro Marcus Vinicius Ferreira.

Nesta conversa, ele fala não apenas sobre sua carreira e planos, mas também sobre incentivos para iniciantes e crescimento do esporte no Brasil.

Achei que ficou muito legal. Veja, compartilhe e comente.

Beto Bloise: meu principal objetivo com o blog e trabalhos nas mídias sociais é divulgar o esporte e atrair novos praticantes. Marquinhos, nós somos ex jogadores de tênis e comecei no Beach há relativamente pouco tempo, graças à sua ajuda.  Apaixonei-me pelo jogo. Você já e um jogador de renome e já fez muito pelo Esporte.  Tenho certeza que esta entrevista pode incentivar bastante gente a buscar mais informações sobre o Beach e até mesmo começar a praticar. Muito obrigado pelo seu tempo! Fico muito honrado em ter esta oportunidade. Vamos lá. Se você tivesse que resumir porque jogar Beach Tennis para alguém que joga tênis de quadra, o que você diria?
Marcus Vinícius Ferreira: É um esporte diferente, em novo ambiente, novas regras, alto astral, música, Praia, enfim… pode acrescentar qualidades no seu jogo de rede e no aspecto mental do seu jogo de tênis de quadra.
BB: O que você acha que alguém que esteja começando agora, em nível recreativo, pode esperar deste esporte?
MVF: Pode esperar novas amizades, um ambiente descontraído e muitos benefícios para o corpo, a mente e o espírito!
BB: O que o exemplo da Itália pode ensinar para os que estão interessados em fazer o esporte crescer no Brasil?
MVF: Lá o esporte existe desde a década de 70. Na ruas de cidades praianas vemos muitas pessoas caminharem com as raquetes nas costas… Enfim, lá o esporte tem outra popularidade! Porém, eu acredito que aqui no Brasil em breve teremos uma popularidade igual ou maior do que na Itália.
BB: Você crê que já seja possível jogadores jovens almejarem viver de Beach Tennis no Brasil no futuro próximo?
MVF: Como profissão, através de aulas e clínicas, isso já é possível. Porém, apenas como jogador profissional, ainda não é realidade. Não dá para saber, quando o esporte vai dar um boomm…rs As premiações dos torneios estão aumentando, a quantidade de adeptos também, assim como a qualidade dos eventos. Espero que esse crescimento continue sempre…
BB: Hoje, quem apoia o esporte no Brasil? Existem iniciativas do governo ou privadas?
MVF: Existe o bolsa-atleta, que através do departamento de Beach Tennis da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) consegue ajudar alguns profissionais internacionais. Mas ainda falta abranger esta bolsa a nível nacional e regional. Porém, já demos o primeiro passo. Os demais apoios são municipais, em algumas cidades que têm o Beach Tennis como destaque.
BB: O que você acha que mudou no Beach nos últimos anos no Brasil? Mais torneios, mais apoio, mais divulgação?
MVF: O Beach Tennis vem crescendo a cada dia: mais torneios, adeptos, apoiadores.  Enfim, só não crescemos mais porque estamos lidando com uma crise econômica e moral no nosso país.
BB: Mudando um pouco o foco para a sua carreira: como fazer para se manter no topo do ranking? O trabalho muda?
MVF: Com certeza. Hoje a minha dedicação ao esporte é bem maior do que antes. A cada dia precisamos nos dedicar mais, o esporte evoluiu muito, a competitividade aumenta a cada dia. Não podemos ficar parados, a evolução é constante.
BB: Sendo a melhor dupla do Brasil por muito tempo, como colocar novos objetivos? Como manter a dupla motivada?  O que você espera em termos de carreira?
MVF: Eu e o Thales nos damos muito bem dentro e fora de quadra: somos pessoas diferentes com objetivos comuns. Ambos se esforçam ao máximo no dia a dia para evoluir, acreditamos um ao outro, então o resultado é consequência disso tudo. Muita expectativa gera frustração, melhor ganhar cada ponto, que no final, estamos vencendo o torneio…rs E o jogo continua…
BB: Já pensou no que vai fazer quando parar? Pretende seguir envolvido com o Beach? De que forma?
MVF: O Beach Tennis mudou minha vida, com certeza é um esporte que não vai sair dela também. Em 2009 ajudei a fundar a Associação Santista de Beach Tennis, passei 5 anos da minha vida ajudando a desenvolver o esporte com clínicas, organizando eventos, e também jogando. Era uma época muito dura, que tínhamos pouco reconhecimento. Hoje eu consigo me dedicar exclusivamente aos treinos, competições e aulas. Ainda não penso em parar de jogar. Acredito que posso conquistar muito ainda, competindo profissionalmente.
BB: Hoje existem várias escolas de Beach Tennis pelo mundo. Como a sua se diferencia das outras?
MVF: Acho que pelo nome já começa a diferenciação – Smile Beach Tennis :)) Passei muitos anos da minha vida jogando e ensinando Tênis, que também é um esporte maravilhoso! Porém, o Beach Tennis me ensinou a ser mais descontraído e buscar no trajeto para a vitória a felicidade de cada momento. É óbvio que dentro de uma competição, todos lá no fundo almejam a vitória, porém o prazer de cada rebatida tem que ser mais valioso do que qualquer troféu. Só quando aprendemos a valorizar a trajetória é que aproveitamos cada ensinamento que o esporte nos traz. Obrigado pela oportunidade!

Fonte: http://www.beachtennisonline.com.br/entrevista-com-o-numero-1-marcus-vinicius-ferreira/
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